A dúvida é boa e é ruim.
É boa porque inquieta nosso espírito e nos tira daquele estado de onipotência - quase original - e nos lança para o mundo da realidade humana, ou seja, nos faz pensar que a verdade absoluta talvez não esteja em parte alguma.
É ruim porque fica nos lembrando exatamente do que queremos esquecer. Nossa im - potência. Nosso não saber, nossa insegurança, nossa fraqueza diante de uma decisão.
A dúvida aparece sempre diante de uma decisão que devemos tomar. Isso parece tão óbvio! Porque falar sobre algo tão simples. Será mesmo?
A dúvida me parece agora uma dimensão da nossa realidade que estabelece conosco o jogo da potência x impotência.
Alguns que sabem dele, se arriscam a jogar. Outros, talvez mergulhados na mesmice das pseudo-certezas, negam sua existência.
Os que jogam me parecem os angustiados que se dizem felizes. Tem noção da impermanência e da finitude e estão por aí se arranhando pela vida, se esfolando em busca de significados e algumas verdades comuns, ao menos. Se arriscam a ser criativos diante da crise. Inventam algo, se superam.
Os que negam? Aí!!!! Sei lá o que tem sido feito deles.
Alguém tem alguma idéia?