Algumas pessoas vem e vão de nossas vidas, outras permanecem mesmo que sua partida seja, inevitavelmente sem volta.
Passados alguns dias de sua partida, acho que já me é possível registrar algumas palavras sobre esta pessoa que, sem dúvida, permanecerá ao meu lado.
Como afirma Bert Hellinger, os mortos não nos abandonam, nós é que acabamos por abandoná-los ou esquecê-los.
Certamente Val, sua vocação não é o esquecimento, ao menos em mim.
Fomos parceiros, de um mundo secreto, durante 26 longos anos. Pude acompanhar mais de perto ou mais de longe muitos bons e maus episódios de sua vida. Todos eles vividos com muita dignidade por você.
Homem de muitos amores e de algumas desilusões, você soube como ninguém tocar a alma feminina e dizer, a cada uma delas, tudo o que elas presisavam ouvir para se aproximarem mais daquilo que elas verdadeiramente guardavam como potencialidade.
Alguém que, embora tendo experimentado muitas relações, preferia, nos últimos tempos desafiar Vinícius de Moraes acreditando que "... era possível ser feliz sozinho". No fundo confesso que duvidava um pouco disso, mas sempre respeitei sua crença. Você até ria muito de mim e de minhas desventuras amorosas!
Como profissional, alguém que se lançou a grandes desafios questionando posturas rígidas e pensamentos reducionistas propondo-se a repensar a astrologia como um homem de seu tempo. Re-construiu de forma criativa e porque não dizer mágica muitos conceitos e nos laçou a grandes viagens interiores e exteriores. Seus textos estão eternizados, com você.
De nossos encontros levo, até onde viver, a saudade das risadas, das pequenas e grandes discussões, dos momentos de prazer e também das brincadeiras com a Rita, que espero esteja bem em algum lugar.
Termino com o compromisso de, ao menos em parte, fazer cumprir um desejo seu "...que a luz e o amor perfeito continuem construindo meu caminho"
Parceiro desta vida, minhas saudades são eternas.