Hoje, um pouco de solidão bate à porta.
Abro e me proponho a ter uma conversa.
Depois de um tempo percebo que ela se mantém indiferente aos meus comentários sobre "apego" e "necessidades de relacionamento".
A solidão quer falar sobre assuntos de outras "paragens". Lugares nunca antes visitados, experiências colhidas na singularidade.
Na verdade, quase deixa perceber que objetiva me distrair do desejo de "estar com alguém" me seduzindo mansamente para que eu esteja "em mim" - ei! quantos "ms".
Meu olhar interno ainda insiste um pouco em lembranças, detecção de presenças-ausentes, mas a solidão me reconduz aos escritos.
Minha solidão é poeta? escritora? Talvez aspirante a um Alguém com palavras. Rio dela e pela primeira vez, rimos juntas. E que sensação de leveza me prenche!
Percebo então que quando faço algo para ser alguém de modo único, minha solidão fica feliz.
Talvez a solidão não seja nada além de um "eu esquecido" que quando lembrado se torna uma "presença inseparável" preenchedora de espaços vazios em mim.
E você o que pensa da solidão?